A métafora de ”Laputa e Lagado”, de ”As viagens de Gulliver”, para explicar as diferenças entre o genio, o sábio e os ”trivialmente” inteligentes

Nesta semana, enquanto estava lecionando, ”fui exposto” a trechos do famoso livro ”As viagens de Gulliver” de Jonathan Swift em que se falava sobre a ”estadia” do personagem principal do romance, o próprio Gulliver (dur pra mim, por favor!!) em um reino imaginário chamado Laputa, que se consiste basicamente em uma cidade que fica em uma ilha voadora ou suspensa. Swift, como ficou muito evidente pra mim, fez basicamente uma crítica a sociedade, especialmente na parte da descrição dos moradores desta ilha. Enquanto que alguns estavam sempre com os olhos voltados para o céu, outros estavam sempre com a cabeça rigidamente virada para um dos lados. A princípio, quem não está habituado ao combo filosofia + biologia comportamental (basicamente, comportamento humano), pode não ser capaz de pescar de imediato a crítica principal desta parte da estória. No mundo em que vivemos algo de extremamente parecido ”parece” estar acontecendo, onde temos uma panaceia de subgrupos alienados em relação a realidade, que os envolve, e estão fixamente preocupados com os seus modos cognitivos de vida. As especializações laborais nos mostram que, não é incomum que um engenheiro médio, saiba bastante de sua profissão (em condições ideais é claro), mas muito pouco em relação a filosofia, por exemplo. A alienação é uma característica cognitiva extremamente comum em seres humanos e explica o porque de ‘parecermos’ retardados quando aderimos a movimentos de massa. A alienação leva também a incapacidade de comunicação fluida e didática entre os tipos porque, voltando ao romance de Swift,  aqueles que olham sempre para o céu, não podem mudar de posição para escutar aquilo que aqueles que sempre olham para o lado direito ou esquerdo e estes que também são incapazes de se entenderem sem ”empregados ou intermediadores”. Alienação leva a desumanização. Por exemplo, a grande maioria dos seres humanos estão tão alienados em relação ao sofrimento dos espécimes não-humanos que domesticamos para comer em um churrasco, que aceitam a ilógica de ”passar empatia ou de reforçar as boas atitudes entre eles”, saboreando a gordura apetitosa de um animal que foi covardemente assassinado. Amém**

Aqueles que olham apenas para o lado direito (chama-se torcicolo adaptado ou sair molhado do banho e levar vento frio no rosto) não podem conversar normalmente, entendendo aquilo que aqueles que olham apenas para o lado esquerdo estão lhes dizendo. Alguma semelhança com o mundo ”moderno” e com toda a ”história humana”***

Voce até pode não estar com o pescoço contorcido apenas para um lado, mas se é um partidário ideólogo apaixonado e tendencioso, então será muito parecido com os habitantes de Laputa.

E a cousa pode até piorar, porque em ”Lagado”, segundo o romance, as pessoas importaram as ideias da capital, Laputa, ou seja, o hábito de ficar discutindo o sexo dos anjos, a nível academico, elaborando teorias, hipóteses, sem aplicá-las e talvez até seja bom que não o façam, porque muitas delas são estúpidas.

Alguma semelhança com o mundo em que vivemos** Um grande número de experts que não sabem nem metade daquilo que ”se especializaram”, e muitos deles que são de ”cientistas” e ”pesquisadores” academicos. Discutem os sexos dos anjos, elaboram teorias estéreis em aplicabilidade, enquanto que pessoas reais estão morrendo lá fora da catedral academica.

A partir desta brilhante metáfora de Swift, eu me pergunto então como que poderíamos pensar no sábio, será que o próprio Gulliver não poderia nos mostrar como que poderia ser, dentro deste contexto criativo e imaginário** …sarcasticamente convidativo…

Genios e sábios são a mesma ”coisa”***

Muitos genios serão sábios e muitos sábios serão genios… e apenas com esta frase eu já vos respondi indiretamente, não. O sábio é o inteligente absoluto, claro, baseando-se no sentido de ”absoluto mediante as suas próprias idiossincrasias”.

Por exemplo, vamos pensar em Barbados e EUA.

Barbados é uma simpática ilhota no Caribe com uma população que cabe inteira na favela da Rocinha (também poderíamos imaginar a Islandia, como um bom exemplo). Apesar de seu tamanho minúsculo, este  país, claro que por causa de uma panaceia de razões circunstanciais ou ambientais, consegue proporcionar um padrão de vida razoavelmente bom para a sua população e a explorar de maneira eficiente as suas potencialidades, principalmente na área do turismo e da exportação de frutas tropicais.

Vamos imaginar hipoteticamente que ao contrário da realidade, a excepcionalidade barbadiana se deu única e exclusivamente por causa de sua população. Com o pouco que tem, conseguiu produzir um ótimo país. Isso é sabedoria!!

Agora vamos pensar nos EUA, não preciso dizer muito, visto que é a única superpotencia economica, militar e cultural do mundo moderno, em que vivemos. O genio poderia ser entendido, metafórica e geograficamente, como um EUA, grandioso e extremamente influente por causa de capacidade espetacular e desproporcional.

Não existem genios pequenos, são todos superlativos em suas capacidades. Mas existe uma variedade de ”tamanhos” de sábios, inclusive aqueles que poderão ser superlativos e geniais.

E em relação aos trivialmente inteligentes***

Bem, aí poderíamos compará-los a nações grandiosas, porém que não são tão poderosas quanto a ”Nova Roma” ou EUA, e que não são tão eficientes quanto Barbados, na promoção de medidas de auto-melhoramento ou harmonia interna.

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