Memória ineficaz e pensamento dogmático

2 patas ruim, 4 patas bom.

A leitura do livro ”A revolução dos bichos” de George Orwell, é provavelmente uma excelente maneira de entender como funciona a mente humana, por meio de seus níveis de capacidade.

Segundo esta fábula muito realista, os ditames fundamentais da revolução dos bichos, foram simplificados para os proles, termo que eu vou usar bastante nos próximos textos. Isto é, para as pessoas de menor capacidade cognitiva e ( que são, principalmente) desprovidas de transcendência existencial e/ou intelectual profunda. Portanto, ao invés de frases portentosas, cheias de palavras sofisticadas, semelhante a uma poesia, para aqueles com menor capacidade,  são produzidas frases extremamente simplificadas que deverão ser repetidas à exaustão como programa de lavagem cerebral. Mas para que haja lavagem cerebral deve haver também uma predisposição para a estupidez.

”Racismo” é ruim, não-racismo é bom.

Imigração é bom, nativismo é ruim.

Deus é bom, diabo é ruim.

MIM SER BOM, TU SER RUIM.

Duas patas ruim, quatro patas bom.

Catolicismo é bom, ateísmo é ruim. (ou, ateísmo é bom, catolicismo é ruim)

…………….

Alguma semelhança hoje em dia????????????????????????? 😉

Pessoas inteligentes debatem sobre fatos, pessoas estúpidas discutem sobre dogmas (factóides)

As pessoas mais inteligentes tendem a ter memórias  mais objetivas ou efetivas, do que em comparação às pessoas estúpidas. Quando me refiro à memória, não estou querendo dizer apenas ou fundamentalmente, aquilo que popularmente identificamos como tal. Não basta lembrar de tudo e não saber aplicar o seu arcabouço de lembranças de maneira objetiva, racionalmente global. Portanto, a eficiência de como nossas lembranças podem nos ajudar a fazer melhores escolhas ou a produzir algo de valor, também será fundamentalmente importante.

Os dogmas funcionam ”perfeitamente” para as mentes menos capazes, porque são uma simplificação substancial de ideias anteriores. O moderno e clássico caso dicotômico, dualístico e dogmático da frase ”racismo é ruim, não-racismo é bom”. Cada palavra necessita de um significado, no entanto, as próprias palavras, como eu já sugeri antes, são resumos do pensamento, que funcionam de maneira eficiente na propagação de ideias a um número grande de pessoas, coisa que o nosso pensamento não seria capaz de fazer por conta própria. Tal como é mais rápido usar a internet para se comunicar com alguém do que ir à casa desta pessoa, também será mais rápido usar palavras do que expressar nossos pensamentos de maneira literalizada e sem filtros. A verdade é instintiva e intuitiva. Cada palavra é um resumo de um pensamento, que seria muito maior e questionador, mas que foi sintetizado para expressar, em vários contextos, um conjunto limítrofe de ideias e significados. No entanto, a eficiência da propagação de ideias por meio de simplificações linguísticas, tem um potencial elevado de ser usada para a manipulação de tipos astutos, que desejam se apoderar do poder ou de perpetuá-lo.

Para aqueles que são menos eficientes para capturar e armazenar um grande e diversificado conjunto de  informações úteis ou lembranças, as ideias destroem as suas (e as nossas) capacidades para o pensamento crítico, porque para a memorização e manipulação de cada palavra, torna-se necessário justamente ter uma melhor eficiência para ambas as funções. Os dogmas são o ”estirão” do pensamento complexo, resultando em uma incapacidade para o entendimento literal de cada palavra. Portanto, quando uma pessoa afirma com veemência que ”o racismo é ruim e o não-racismo é bom”, ela está literalizando e transformando algo abstrato, ou seja, as palavras, em algo real e palatável. Semelhante à tendência das pessoas menos inteligentes de se sentirem ligadas com as aqueles que estão do “outro lado da tv”, uma tendência para o pensamento fantasioso, a confusão entre mundo literal e mundo abstrato. Acreditar em fenômenos que são improváveis de terem acontecido tal como todas as fábulas bíblicas.

”Jesus ressuscitou e racismo é ruim”, derivam de um mesmo denominador comum, a incapacidade de entender o pensamento abstrato, mas não de exercitá-lo, do qual, boa parte da humanidade se encontra apta. No entanto, boa parte dos seres humanos só estão aptos para exercitarem o pensamento abstrato, por meio de fantasias infantis bem como por dogmas.

Alguém realmente inteligente, irá associar uma grande quantidade de informações pertinentes para entender apenas uma frase, isto é, dissecando-a na tentativa de não cometer nenhum tipo de injustiça, enquanto que o realmente estúpido, irá associá-la como uma grande revelação e a usará no seu dia-a-dia, leia-se, o resumo de pensamento complexo.

A minha observação diária em relação ao meu irmão que é um desses ”auto declarados justiceiros sociais esquerdistas”, me fez produzir este texto, visto que ele tem ”problemas” substanciais de memória, ao menos mediante a minha perspectiva, e talvez, a incapacidade de ser eficiente e moderadamente abrangente (isto é, incorporar os cernes fundamentais de cada ideia e não comprá-la totalmente, apenas se for totalmente perfeita) ao recorrer a sua memória , possa reverberar em uma menor capacidade de praticar a justiça, isto é, separar as maçãs realmente podres das maçãs realmente saudáveis, de se fazer o julgamento correto . O mais inteligente tem uma visão mais límpida do mundo e de seus padrões, enquanto que o menos capaz tenderá a ter uma visão mais embaçada, que pode ser traduzida por meio dos dogmas, que foram criados justamente para simplificar a complexidade do pensamento.

O mecanismo do pensamento parece ter una finalidade universal: a resolução de problemas e a busca pela harmonia. O pensamento estúpido seria como uma falha para o pensamento inteligente.

O mais inteligente tem uma visão mais abrangente, internamente coesa e detalhista justamente porque tem uma memória mais eficiente e objetiva, que está diretamente relacionada com a sua capacidade de aprendizagem. A própria sabedoria. O mais inteligente é mais eficiente na detecção de contradições justamente porque isto se consiste no conceito exemplificado  do pensamento convergente. Enquanto que a maior parte das pessoas estão inclinadas para solucionar problemas especializados e que estão em conluio com as necessidades de superiores,  os verdadeiros inteligentes serão menos aptos para a subordinação justamente porque suas motivações para melhorar o seu ambiente e portanto a sua própria sobrevivência, serão intrínsecas enquanto que como eu sempre falo aqui, a maioria das pessoas são compelidas a colaborar por causa de vantagens mundanas. O alcance de um intelecto privilegiado é muito maior do que de formigas operárias. A maior amplitude sensorial dos mais inteligentes, a sensação de não apenas pertencer mas de ser o todo, pode estar diretamente relacionado a uma maior acuidade moral. No entanto, nem sempre esta maior interação irá resultar em inteligência emocional expandida, mas somente aqueles com esta combinação de fatores biológicos que poderão julgar de maneira mais correta os fenômenos e eventos que se sucederao ao longo de suas vidas.

É mais fácil decorar um conjunto de frases e informações sintéticas que pareçam moralmente corretas do que tentar entende-las. Todos os sistemas dogmáticos do homem foram feitos com base na ignorância da maioria e de suas memórias curtas e pouco objetivas.

Uma memória ineficiente, isto é, que não é objetiva, e curta, produzirá indivíduos que serão menos capazes de fazerem julgamento moral correto porque tenderão a recorrer pela simplificação do pensamento complexo, o filtro de realidade que se consistem os dogmas.

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